élections au Brésil

Dans le monde...

Message par Ottokar » 02 Oct 2006, 07:52

Premiers résultats : Héloïsa Helena fait moins de 7 % ce qui est à la fois moins que certains sondages mais pas si mal. Elle est battue aux sénatoriales. Il y a un autre candidat extrême gauche à 2 %.

a écrit :Au Brésil, Lula rate de peu la majorité absolue au premier tour de la présidentielle
LEMONDE.FR avec AFP et Reuters | 02.10.06 | 05h45  •  Mis à jour le 02.10.06 | 08h18

Le président brésilien Lula, victime d'un scandale en fin de campagne, n'a pas réussi à franchir la barre des 50 % lors de l'élection présidentielle de dimanche 1er octobre. Il devra affronter un second tour de scrutin le 29 octobre contre le social-démocrate Geraldo Alckmin. Sur plus de 99,1 % des votes décomptés, Luiz Inacio Lula da Silva a obtenu 48,6 % des suffrages exprimés contre 41,7 % à Alckmin.

Le ministre des relations institutionnelles, Tarso Genro, a estimé qu'il avait "manqué peu au président Lula pour gagner au premier tour". "Nous étions préparés pour le premier tour et nous sommes maintenant également prêts pour le second tour", a ajouté le ministre.

Geraldo Alckmin, le candidat du Parti de la social-démocratie brésilienne, a déclaré qu'il avait de "grandes chances" de remporter le second tour. "Nous allons mouiller notre chemise pour nous montrer dignes d'une confiance encore plus grande du peuple brésilien au second tour", a lancé M. Alckmin. Et de poursuivre : "Le Brésil peut avoir un gouvernement éthique, honnête comme le peuple brésilien, un gouvernement efficace, améliorer ses services publics pour que le Brésil croisse."

La sénatrice radicale Heloisa Helena, exclue en 2003 du Parti des travailleurs (PT) de Lula, a obtenu 6,8 % et l'ancien ministre de l'éducation de Lula Cristovam Buarque, également exclu du PT, 2,6 %.
FIN DE CAMPAGNE ENTACHÉE PAR LA CORRUPTION

Autre motif de réjouissance pour le PSDB de l'ancien président Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) : José Serra, rival de Lula lors de la présidentielle de 2002, a obtenu une victoire écrasante au poste de gouverneur de Sao Paulo, en obtenant 58 % des suffrages exprimés. José Serra avait précisément été la cible du dossier antiopposition à l'origine du scandale qui a peut-être coûté l'élection au premier tour de Lula.

Jusqu'à quinze jours du scrutin Lula semblait assuré de l'emporter haut la main dès le premier tour. Mais la fin de la campagne électorale a été entachée par un scandale portant sur une tentative d'achat d'un dossier dirigé contre Serra et Alckmin par des membres du PT. Le 15 septembre, deux personnes liées au PT avaient été arrêtées par la police fédérale en possession de l'équivalent de huit cent mille dollars destinés à l'achat d'informations prétendument compromettantes pour l'opposition.

Le président pourrait bien aussi réfléchir au bien-fondé de sa décision de ne pas participer au dernier débat électoral de la campagne à la télévision contre les trois autres principaux candidats.

Quelque cent vingt-six millions de Brésiliens étaient appelés à voter dimanche pour élire le président de la République ainsi que les gouverneurs des vingt-sept Etats, les cinq cent treize députés du Parlement et vingt-sept (un tiers) des quatre-vingt-un sénateurs, ainsi que les députés des Assemblées régionales.

Parmi les sénateurs élus dimanche figure l'ancien président brésilien Fernando Collor de Mello, qui avait démissionné en 1992 alors qu'il était la cible d'une procédure de destitution pour corruption. Collor, élu dimanche sénateur de l'Etat d'Alagoas, occupera ironiquement le siège laissé vacant par la dissidente de gauche du PT, Heloisa Helena.
Ottokar
 
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Message par Lascar » 02 Oct 2006, 11:33

Y a des consignes de vote pour le second tour du côté du psol ?
Lascar
 
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Message par Raymond » 02 Oct 2006, 13:17

a écrit :Il y a un autre candidat extrême gauche à 2 %.

Cristovam Buarque n'a rien d'un candidat "extrême-gauche". C'est l'ancien ministre de l'éducation de Lula qui a quitté le PT. Il était le candidat du PDT des sociaux-libéraux qui essaye de se démarquer de Lula avec un peu de populisme. C'est la section brésilienne de l'Internationale socialiste...
Raymond
 
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Message par Raymond » 02 Oct 2006, 13:21

Je n'ai pas trouvé la position du PSOL. Leur déclaration n'est pas encore en ligne sur leur site. Par contre sur le site du PSTU ils appellent à voter blanc au deuxième tour.

a écrit :Declaração do PSTU sobre o resultado das eleições: Nem Lula Nem Alckmin. Vote nulo no segundo turno das eleições!

• O PSTU integrou a Frente de Esquerda, com Heloísa Helena presidente, como oposição tanto
a Lula quanto a Alckmin. Acreditamos que isso foi muito importante, pois a Frente apontou uma alternativa de esquerda perante esses dois projetos que defendem o mesmo modelo neoliberal e a mesma corrupção que choca o país. Os resultados preliminares da apuração eleitoral indicam que haverá segundo turno das eleições presidenciais, onde disputarão os candidatos Lula e Alckmin. Nesse cenário, haverá uma onda entre os trabalhadores de apoio à candidatura de Lula para ``evitar a volta da direita``. Diante disso, o PSTU declara:

1) O PSDB e PFL são os partidos da direita tradicional do país e desejam voltar ao governo para roubar e aplicar a mesma política econômica que favorece os ricos e prejudica os trabalhadores. Durante os oito anos em que estiveram no poder, foram responsáveis pela introdução do projeto neoliberal no Brasil. Foi sob FHC que o desemprego aumentou de forma assustadora e as dívidas externa e interna explodiram. Foi com PSDB/ PFL que foram realizadas as privatizações de 133 estatais. As privatizações
foram marcadas por uma roubalheira já mais vista na história. A privatização da Telebrás teve a interferência direta de FHC para beneficiar um grupo de empresários. A oposição burguesa não tem autoridade para falar em moralidade e ética na política. O recente escândalo do dossiê mostra o seu envolvimento com a máfia dos sanguessugas. Alckmin é expressão desse setor e sua imagem está associada à de Fernando Henrique Cardoso e seu governo corrupto.

2) Durante seu primeiro mandato, o governo Lula manteve a mesma política econômica neoliberal do governo de Fernando Henrique, retirou bilhões da saúde, educação, reforma agrária – por meio do superávit primário – para garantir o pagamento das dívidas interna e externa e levou a cabo medidas exigidas pela burguesia brasileira e pelo capital financeiro internacional, como a reforma da Previdência.

3) Lula não governa e nunca governou para os trabalhadores. O fato de Lula ter sido um líder operário confunde a consciência de milhares de trabalhadores. Seu governo é de direita, mas com a cara de operário. Lula governa para a burguesia e aplica um plano econômico a serviço das grandes empresas e do imperialismo. Como o próprio presidente
reconheceu, no seu governo foram “os ricos, as empresas e os bancos que ganharam mais dinheiro do que nunca” (Lula, em declaração à ‘Folha de São Paulo’, 18/9/2006). Por outro lado, mensalão, sanguessugas e a compra do dossiê mostram que o governo Lula também copiou a mesma corrupção de governos de direita como os de Collor e FHC.

3) Lula e Alckmin pretendem implementar ataques contra os direitos dos trabalhadores e aplicar medidas centrais exigidas pelo imperialismo e pela burguesia, como a nova reforma da Previdência e a reforma Sindical e Trabalhista. A reforma Trabalhista pretende eliminar conquistas históricas dos trabalhadores como o décimo terceiro, redução de férias, flexibilizar mecanismos de contratações e acabar com o FGTS. A reforma sindical dará plenos poderes às burocracias das centrais sindicais (CUT e Força Sindical), em prejuízo aos sindicatos de base. A nova reforma da Previdência pretende elevar a idade mínima de aposentadoria para 65 anos.

4) Nem Lula nem Alckmin representam os interesses dos trabalhadores no segundo turno. Apesar dos enfrentamentos eleitorais, não há nada mais parecido com um governo petista do que um governo tucano. Ambos compartilham o mesmo plano econômico neoliberal e a mesma corrupção. Eles disputam furiosamente entre si, mas só para ver quem vai se beneficiar do aparato de Estado.

5) Votar em Lula ou em Alckmin é, portanto, dar um cheque em branco para que prossigam com a corrupção e o roubo dos nossos direitos. Diante disso, o PSTU chama “Nem Lula, nem Alckmin” e o voto nulo no segundo turno das eleições. Chamamos também todos os nossos companheiros da Frente de Esquerda a se pronunciarem pelo voto nulo e a realizarmos juntos uma campanha por esta posição. Isto seria a continuidade do que defendemos juntos no primeiro turno das eleições. Esse é o primeiro passo para continuarmos travando uma luta sem tréguas contra o projeto neoliberal, seja quem for o seu executante.
Raymond
 
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Message par Ottokar » 02 Oct 2006, 19:37

(Raymond @ lundi 2 octobre 2006 à 14:17 a écrit : Cristovam Buarque n'a rien d'un candidat "extrême-gauche".
Merci de la précision, le Monde n'en disait pas plus et je ne connais pas le Brésil.
Ottokar
 
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Message par youri » 02 Oct 2006, 20:07

(Raymond @ lundi 2 octobre 2006 à 14:17 a écrit :
a écrit :Il y a un autre candidat extrême gauche à 2 %.

Cristovam Buarque n'a rien d'un candidat "extrême-gauche". C'est l'ancien ministre de l'éducation de Lula qui a quitté le PT. Il était le candidat du PDT des sociaux-libéraux qui essaye de se démarquer de Lula avec un peu de populisme. C'est la section brésilienne de l'Internationale socialiste...
Ah bon le PT n'est pas à l'IS ???
youri
 
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Message par Combat » 02 Oct 2006, 20:38

Ce qu'il faut malheureusement constater et retenir comme lecon dans cette election, c'est la remontee de la droite dans les derniers mois. Les scandales a repetition des partisans de Lula et la politique scandaleuse du PT ont conduit a une remontee en force des reactionnaires les plus pourris du PSDB. 7% pour le PSOL est faible et prouve que les illusions sur Lula sont encore tres fortes dans les milieux populaires. De fait le PSOL a une base petite bourgeoise selon les sondages, ce qui voudrait dire que Lula a jete des millions d'ouvriers et paysans dans les bras du PSDB. Cela vient peut etre aussi du fait que le PSOL, issu du PT, est vu comme une appendice de gauche du PT par nombre de gens qui les mettent en gros dans le meme panier.


[discuss] – [edit]
Summary of the 6 October 2002 Brazil presidential election results Candidates Votes % 1st round % 2nd round
Luis Inácio da Silva - Workers' Party (Partido dos Trabalhadores) 46.4 61.3
José Serra - Party of the Brazilian Social Democracy (Partido da Social-Democracia Brasileira) 23.2 38.7
Anthony Garotinho - Brazilian Socialist Party (Partido Socialista Brasileiro) 17.9 -
Ciro Gomes - Socialist People's Party (Partido Popular Socialista) 12.0 -
Total (turnout 82.2 and 79.5 %)
Combat
 
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Message par Raymond » 02 Oct 2006, 20:49

(youri @ lundi 2 octobre 2006 à 21:07 a écrit :
(Raymond @ lundi 2 octobre 2006 à 14:17 a écrit :
a écrit :Il y a un autre candidat extrême gauche à 2 %.

Cristovam Buarque n'a rien d'un candidat "extrême-gauche". C'est l'ancien ministre de l'éducation de Lula qui a quitté le PT. Il était le candidat du PDT des sociaux-libéraux qui essaye de se démarquer de Lula avec un peu de populisme. C'est la section brésilienne de l'Internationale socialiste...

Ah bon le PT n'est pas à l'IS ???
Et non...
Raymond
 
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Message par Combat » 04 Oct 2006, 14:22

Brésil: Lula et Alckmin se remettent en campagne pour le second tour


SAO PAULO (AFP) - mercredi 04 octobre 2006 - 7h51 - Le président Luiz Inacio Lula da Silva et son adversaire social-démocrate Geraldo Alckmin affutent leurs armes en prévision de la campagne pour le second tour de l'élection présidentielle brésilienne et vont s'attacher à renforcer leurs alliances.
Les deux adversaires auront l'occasion d'échanger leurs arguments lors d'un premier débat télévisé prévu dimanche 8 octobre. Lula s'était refusé à participer à tout débat avec ses adversaires avant le premier tour.

Le président Lula va réunir mercredi les gouverneurs du Parti des Travailleurs (PT, gauche) élus au premier tour dimanche dans quatre des 27 Etats fédérés, pour organiser avec eux la campagne pour le second tour du 29 octobre, a annoncé mardi Jaques Wagner, lui-même élu dans l'Etat de Bahia.

"Nous allons renforcer nos alliances", avait assuré lundi le président, au lendemain du scrutin. "Il nous a manqué des voix pour gagner au premier tour mais je suis sûr qu'elles ne manqueront pas au second", a-t-il affirmé lors d'une conférence de presse. "La victoire va simplement tarder un peu plus", a-t-il ajouté.

Le candidat du Parti de la social-démocratie brésilienne a également indiqué qu'il allait multiplier les contacts, aussi bien au niveau national qu'au niveau des Etats. "Je vais rechercher tous les contacts. Je respecte beaucoup tous les partis politiques", a-t-il indiqué.

La cible principale des attentions des deux candidats est désormais de se concilier des faveurs au sein du Parti du mouvement démocratique brésilien (PMDB), la plus grande formation politique avec 89 députés élus dimanche, mais divisée depuis l'arrivée de Lula ou pouvoir en 2003 entre une aile pro-gouvernementale et une aile d'opposition.

Le PMDB sera un élément indispensable pour assurer une majorité parlementaire au futur président, quel qu'il soit.

"La clé sera le PMDB qui a été le grand vainqueur des élections (...) le candidat qui négociera avec le PMDB aura l'avantage, car il s'assurera le soutien aux réformes dont le pays a besoin", selon Clodoir Viera, analyste du courtier en bourse Souza Barros.

Lors du premier tour au cours, Lula a manqué de peu la réélection avec 48,61% des voix contre 41,6% à Geraldo Alckmin, du Parti de la social-démocratie brésilienne (PSDB).

Parmi les inconnues du second tour figurent en bonne place les développements du scandale portant sur l'achat de dossiers anti-opposition par des membres du PT, qui semble avoir coûté à Lula sa réélection au premier tour.

Le président est la cible d'une enquête du Tribunal supérieur électoral (TSE) pouvant mener à une annulation de sa candidature, ou à sa destitution après l'élection. L'opposition l'accuse en effet d'avoir bénéficié au cours de sa campagne d'"actes d'abus de pouvoir politique et économique".

Alckmin entend bien pousser l'avantage contre son rival sur ce terrain. "Du point de vue éthique, Lula aurait pu donner l'exemple mais ce n'est pas ce que nous avons vu. Il a eu sa chance et il l'a laissée passer", a-t-il déclaré lundi.

Le TSE a indiqué mardi que les avocats du président avaient présenté samedi sa défense en soulignant que l'accusation de l'opposition représentait "une simple mise en scène à des fins électoralistes".

Deux proches du PT avaient été arrêtés le 15 septembre, à quinze jours du premier tour, en possession de 800.000 dollars. Ils ont reconnu qu'ils avaient été chargés par la direction du PT d'acheter des documents prétendument compromettants pour l'opposition. Huit personnes liées au PT avaient été écartées de l'équipe de campagne de Lula.
Combat
 
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